O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, deixou o jeito calmo e a fala mansa habitual para fazer duras críticas ao Grupo DIS, que agencia o meia Paulo Henrique Ganso. Muito irritado, o mandatário não poupou adjetivos para desqualificar os empresários do jogador e, ao ouvir que o camisa 10 do Peixe ‘abraçava a ideia’ de seu staff, disparou.
“Se o Ganso abraça a ideia, que morram juntos e abraçados”, disse, em entrevista à rádio Estadão/Espn.
O motivo do nervosismo de Luis Alvaro, que está em férias em Barcelona, na Espanha, é mais um imbróglio envolvendo Ganso e a DIS. Às vésperas do Mundial de Clubes, o meia afirmou que havia vendido 10% de seus direitos econômicos ao grupo e disse estar chateado com a direção santista, que, segundo ele, não mostrou interesse em adquirir a parcela.
Porém, na chegada ao Brasil, o jogador recuou, disse ter apenas um "pré-acerto" e, na última quarta-feira, notificou o Santos da proposta feita pela empresa. Como tem prioridade de compra, o clube tem dez dias após ser comunicado oficialmente para decidir se cobrirá a oferta ou não.
Luis Alvaro diz não ter pressa e afirma que vai resolver a situação apenas na semana que vem, quando retorna ao Brasil. Ele também voltou a dizer que a renovação contratual do jogador, que tem vínculo com o Santos até 2015, será discutida no começo do ano que vem.
“Imagine que o Santos vai, às vésperas de completar cem anos, abdicar de algum de seus direitos. Ganso tem o tempo dele e nós temos o nosso. Combinamos, eu e o Ganso, de conversarmos em janeiro”, afirmou.
“Essa foi uma informação plantada [anúncio da venda] na cabeça dele por essa gente, que ele tem como procurador, gente de péssima qualidade, que fica botando coisas na cabeça dele. Aí ele chegou aqui e desmentiu. A obrigação é que o Santos tem que ser notificado. E eu vou responder, no meu tempo, na minha hora, não uso o calendário dos outros”, completou o presidente.
Atualmente, a divisão dos direitos de Ganso está da seguinte forma: 45% pertencem ao Santos, 45% à DIS e 10% ao jogador. Mesmo que a DIS compre os 10% e se torne detentora majoritária, o meia só pode deixar a Vila Belmiro caso o clube aceite ou se a multa rescisória for paga (R$ 59,4 milhões para o mercado nacional, R$ 102,8 milhões para o exterior).
“Existe direitos federativos. Direitos econômicos não significa nada. Eles podem ter 99%, muda zero. Só quero ver se tiver proposta pelo Ganso, tragam. Vão receber 45% e eles 55%. Só que nunca houve proposta”, explicou.
Em uma de suas respostas, o presidente santista deixou escapar uma alfinetada ao meia, ao dizer que Ganso está ‘precisando jogar futebol’. “O atleta tem contrato com o Santos até 2015, está precisando jogar futebol, nós queremos que ele volte a jogar, combinamos de conversar em janeiro [sobre a renovação de contrato] e vamos conversar”, encerrou.
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